No "Suplemento Burlesco" ao jornal "O Patriota" aparecem com uma certa constância os balões atuais dos quadrinhos, isso em 1848, lá em Portugal. O Autor(a) assina Cecília (e também Maria - há quem diga se tratar da mesma pessoa, e há quem arrisque o pseudônimo completo de "Cecília Maria Pinta Monos"). Neste
excelente blog é cogitado que o verdadeiro autor seja
"Lopes, Pinta-Monos".
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Quando postei pela primeira vez devo ter feito a leitura dinâmica de forma bastante corrida pois escrevi que seria Luis Augusto Palmeirim o nome do Pinta-Monos, quando não é verdade, talvez a confusão tenha se dado pelo ritmo da leitura, vejam o trecho do blogue: "... o tal 'Pinta Monos'. É Luís Augusto Palmeirim...". Graças ao Leonardo de Sá (vejam mais detalhes nos comentários) fui alertado do engano.
Editei o post agora, dia 01-agosto-2020
Bom, vamos aos balões.
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ed 3 - 1848 |
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ed 140 - 1848 |
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ed 153 - 1849 |
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ed 179 - Balão de sonho - 1849 |
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ed 201 - Possivel primeira onomatopeia portuguesa - 1849 |
E esse genial proto-quadrinho:
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ed 102 - 1848 |
Olha o logo do suplemento:
No “Supplemento Burlesco ao número [...] do Patriota” as caricaturas ou cartoons eram mais frequentemente assinados “Cecilia” e “Maria”, mas apareciam também as assinaturas “Affonço” e “Rita”. Tratava-se provavelmente de um único desenhador.
ResponderExcluirO texto confuso do Osvaldo de Sousa, que vem reproduzido no seu blogue Humorgrafe e é mencionado mais acima no primeiro parágrafo deste seu post, *não* indica apesar de tudo de forma alguma que o verdadeiro autor fosse Luiz Augusto Palmeirim, releia com mais atenção! Era este um poeta e escritor bastante conhecido, que infelizmente nos deixou uma irritante alusão ao desenhador do “Supplemento Burlesco do Patriota”, no primeiro artigo da sua série de memórias “Os Excêntricos do Meu Tempo”, publicado originalmente em 1886 e que não foi revisto para a edição em livro de 1891. Escrevia ele: “O auctor das caricaturas era geralmente conhecido pela designação do Pinta Mônos, com que o próprio redactor [Bernardino Martins da Silva] do Supplemento chrismára o seu collaborador. Não me recordo n’este momento do nome do Pinta Mônos, mas só me lembro de que era um rapaz triste, doentio e já então em princípio da tísica pulmonar que mais tarde o levou á cova”.
Por causa dessa incrível omissão, em mais de cem anos apenas o coleccionador e historiador Fernando Rau conseguiu descobrir que o apelido do desenhador seria Lopes, numa referência escondida ao "Lopes, Pinta-Monos" que apareceu no jornal rival “A Matraca” nº 20, de 30 de Outubro de 1847 (que se pode encontrar no Google Books), num elucidativo artigo publicado no “Diário de Lisboa” de 14 de Dezembro de 1961, mas nada de concreto se apurou sobre a biografia do desenhador. Há portanto quem lhe chame "Lopes, Pinta-Monos" ou ainda "Lopes, o Pinta-Monos" mas seria absolutamente de evitar o equívoco da amálgama "Cecília Maria Pinta Monos" que também aparece no seu primeiro parágrafo acima. Convinha talvez corrigir...