13 abril 2019

Zé Caipora, capítulo 75. Um herói multimídia.

Aqui termina (?) a saga.
Este é o último capítulo publicado do herói que enfrentou animais selvagens, salvou a vida de um índio, abriu fogo contra uma tribo inimiga, começou atrapalhado e apaixonado e acabou apaixonado e preso...

Cap. 75 - 15 de dezembro de 1906 - ed. 222 do quinto ano de O Malho
Até 1908 Agostin colaborava frequentemente com a revista O Malho, não se sabe porque deixou a saga incompleta.
Foram 75 capítulos no espaço de 23 anos (de 1883 até 1906), com um intervalo sem publicações da série que vai de 1888 até 1900; em 1901 Agostini retoma a série, republicando os capítulos iniciais em Don Quixote.  Em 1902 começam os capítulos inéditos.
No século XIX apenas 24 capítulos foram publicadas (de 1883 até 1887), todos na Revista Illustrada.
O herói foi homenageado com uma polka e uma peça teatral no século XIX, além de compilados - pelo menos dois volumes - com alguns capítulos iniciais, algo como um comic book ou graphic novel.

A partir do capítulo 36, de 28 de outubro de 1905, O Malho começa a publicar a série.
O herói contou com dois filmes mudos, segundo o Athos Caradoso (página 29), consegui apenas esta referência na internet:  Interfilmes.
Em 29 de janeiro de 1887 estréia a peça Zé Caipora - escrita por Oscar Pederneiras (1858 (?) - 26 de agosto de 1890).  Oscar era irmão de Raul Pederneiras.  Abaixo o anúncio no Diário de Notícias (onde Oscar trabalhava).

Anúncio na coluna à direita (superior) in Foyer
A peça contou com pelo menos 27 representações no Teatro Príncipe Imperial (capital fluminense).  O livreto da peça era oferecido como brinde aos assinantes.  Houve pelo menos uma representação da peça no Teatro Phenix Nictheroyense.  A primeira crítica à peça provalvemente foi esta de 31 de janeiro - coluna "De palanque".
Zé Caipora também participou do carnaval - no 8º carro alegórico do Bloco/Escola de Samba Club dos Fenianos - DN de 22 de fevereiro de 1887.
Pra quem não conhece Oscar Pederneiras (que aqui dizia não ter cedido os direitos da peça) segue uma imagem dele:

Via Biblioteca Nacional (RJ) - desenho de M. J. Garnier

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