28 março 2018

Primo Carnera. Quem desenhava as tirinhas de 1933?

Primo Carnera (1906 - 1967) foi um boxeador italiano campeão mundial dos peso-pesados em 1933.
Ele fez tanto sucesso que a King Features distribuiu tirinhas com o personagem.  Alguém sabe quem era o artista que as desenhava?
Em O Tico-Tico várias tirinhas dele apareceram em 1933.  Detalhe, bem antes das HQs produzidas na década de 1940.

Edição 1456 de 1933 - O Tico-Tico

Edição 1458 de 1933 - O Tico-Tico
Edição 1459 de 1933 - O Tico-Tico
Edição 1463 de 1933 - O Tico-Tico
Edição 1464 de 1933 - O Tico-Tico
No ano de 1934 surgiu em O Tico-Tico essa outra tirinha (com um traço menos caprichado) de Primo Carnera, sem identificação do autor ou da distribuidora:

Edição 1485 de 1934 - O Tico-Tico

Fonte:  Biblioteca Nacional

26 março 2018

Mundo Infantil - Editora Vecchi - Diretor Gerente: João Sant'Anna

Como diz o Guia dos Quadrinhos, o periódico deve ter iniciado em 25 de outubro de 1929.

Na Biblioteca Nacional só existem do número 2 até o número 24 de 1930.

Detalhe, no site Guia dos Quadrinhos está escrito Mundo Juvenil quando o correto é "Mundo Infantil".
O periódico se assemelha com O Tico-Tico.  Varia de 16 a 36 páginas.  Não contém tiras de artistas brasileiros.
Uma das curiosidades é que foi publicado O Gato Felix (Felix, The Cat - de Pat Sullivan) com os nomes de "Miau-Miau", "Miáo-Miáo", "Mi-Auff", "O Gato Felix" e também "Felix, o aventureiro".

Ed. 2 de 1929
Ed. 3 de 1929
Ed. 4 de 1929
Ed. 10 de 1929
Também do Pat Sullivan foram publicadas várias tirinhas de Laura.

Ed. 4 de 1929

Toots and Casper, de Jimmy Murphy, foi publicada como Balthasar & Cia., Balthasar e Fifi.

Ed. 4 de 1929

Ed. 15 de 1930
Mundo Infantil também publica várias HQs de Rube Goldberg - não identifiquei os personagens.
Ed. 2 de 1929
Os Sobrinhos do Capitão (Katzenjammer Kids), desenhados por Harold H. Knerr, eram chamados aqui de "Diabruras de Pepito e Juca".

Ed. 3 de 1929

Ed. 15 de 1930
Até tiras de Fred Opper estavam presentes.

Ed. 6 de 1929
Pafúncio e Marocas - Bringing Up Father - de George McManus, eram chamados de Procopio e Sophia (ou Procopio e Dona Rita).

Ed. 5 de 1929 (Dona Rita e Procopio)

Ed. 13 de 1930
Muitas tirinhas de Bonzo - de George Ernest Studdy - foram publicadas em Mundo Infantil.

Ed. 20 de 1930
Vanilla and the Villains - de Darrell McClure (que pode ter sido escrita, de acordo com Allan Holtz do blogue Strpper's Guide, por Harry Hershfield, criador de Raffles).  E ainda de acordo com Allan Holtz, a série Vanilla... foi inspirada em uma série de 1910, chamada Desperate Desmond.
Bom, voltando a série, em Mundo Infantil ela recebeu o nome de "Vanilla, Carlito e o Bandido Lampeão", mas apenas na estreia pois logo em seguida foi chamada de "O Homem da Máscara Negra".
Contando com o capítulo de estreia, a série teve pelo menos 15 capítulos, e com certeza inspirou nosso artista Carlos Arthur Thiré na sua série "Aí, Mocinho!...", bem como o outro personagem de Thiré teria sido inspirado pelo Raffles de Harry Hershfield.

Ed. 3 de 1929

Ed. 17 de1930 - vejam a presença de Carlitos

Ed. 19 de 1930
Também edição 19 de 1930
Essa série teria influenciado Dick Vigarista (Dick dastardly)?

*com algumas consultas em Lambiek.
** edição de 8 de maio de 2019 - o Jornal da ABI faz menção a esta revista, in página 7.

17 março 2018

Zé Caipora, capítulos 60, 61 e 62

Segue a saga.
Amélia conta aos pais a verdade sobre o ex-noivo, a ama de Memé conta ao Zé tudo que se passou na conversa entre pais e filha (enquanto Zé tentava fazer uma carta para Inaiá e Cham-Kam), e a chegada da carta na Fazenda do Mello com grande alvoroço de todos...

Ed. 194 - 2 de junho de 1906 - O Malho - Cap. 60

Ed. 196 - 16 de junho de 1906 - O Malho - Cap. 61

Ed. 197 - 23 de junho de 1906 - O Malho - Cap. 62
Fonte:  O Malho - na BN

14 março 2018

Euclides Luis dos Santos (1908 - 2000)

Estava lendo a revista Vamos Lêr! à procura de quadrinhos e fiquei impressionado com algumas capas desse artista pernambucano:





Reparem que ele assinava "Euclídes L. Santos".
Fui pesquisar e encontrei o blogue Peregrina Cultural que nos dá mais detalhes de onde ele trabalhou e quais prêmios ele ganhou.  Também foi lá que fiquei sabendo o nome completo dele.
Tentei encontrar a data do falecimento dele, mas o máximo que consegui foi uma nota, na coluna de Francisco Bittencourt, em 1973, onde ele é citado como membro da Comissão Nacional de Belas-Artes, no jornal Tribuna da Imprensa do Rio de Janeiro.
No jornal "Carioca" de 1951 Euclides surge em uma fotografia (deve ser o da cabeceira da mesa) onde ele é homenageado por ter recebido medalha de bronze em um Salão Municipal de artes:


Ele também era caricaturista, vejam o Gandhi que Euclides L. Santos desenhou em 1948, no suplemento do jornal A Noite (iniciou em 1930 com o nome de A Noite - Supplemento, depois mudou para A Noite Ilustrada):



Mas foi no blogue Tok de História que encontrei a informação que me fez escrever esse post.
Euclides Luis dos Santos fez a primeira HQ da vida de Lampião, fato confirmado nesse trabalho de Antônio Fernando de Araújo Sá - da Universidade Federal de Sergipe.

Restava agora eu ir atrás da dita HQ, ela se chama "Vida de Lampeão" (Lampião era escrito com "e" e não com "i" como é agora).  Conta com 20 capítulos que vão da edição 475 até a edição 499 de 1938 d'A Noite Ilustrada.  São ao todo 170 quadrinhos.  As edições 479, 481, 486, 493 e 498 não apresentaram capítulo algum da saga.

Começo postando os 4 primeiros capítulos, onde retrata desde a infância dele até um certo tiroteio que durou 2 horas, passando pelo primeiro emprego de Virgulino (com o Coronel Delmiro) aos 15 anos, a volta à casa do pai e o acontecimento de um crime, a morte do pai, o surgimento do apelido Lampião, a vingança, o acidente com um galho de jurema que o deixou cego de um olho, o sequestro de um médico para que este o tratasse (logo depois o médico foi solto)...

Edição 475 de 1938

Edição 476 de 1938

Edição 477 de 1938

Edição 478 de 1938


Todas as fontes das imagens usadas são da Biblioteca Nacional do RJ e estão linkadas acima.

*editado em 20 de junho de 2018 para incluir o ano de falecimento do artista, graças ao comentário do Leonardo de Sá.

06 março 2018

Max Müller, capítulo 16 ao 20

Segue a saga.  Nestes capítulos a gente acompanha como o sr. Fritz Müller (pai de Max) fica sabendo que o mexicano sequestrou Max, quem conta toda a história é Pieter Andriaanszoon (comandante do navio Satan).  O mexicano acaba morto por uma fera.  Enquanto isso no outro lado do mundo Max salva um hindu de nome Brog Mahabad, e logo em seguida, à saída do Kraal (casa) do hindu, Max e Mister Greener quase são abatidos por um tigre.  Salvos (?) por um raio!

Cap. 16 - edição 401 de 11 de junho de 1913 (esta página está arquivada dentro da ed. 402)
Cap. 17 - edição 402 de 18 de junho de 1913
Cap. 18 - edição 403 de 25 de junho de 1913
Cap. 19 - edição 404 de 2 de julho de 1913
Cap. 20 - edição 405 de 9 de julho de 1913
Fonte:  Biblioteca Nacional