31 maio 2020

Pequena Cronologia da HQ - parte 18

1810/1817 (?)

Vida de Napoleão I - Cônsul da República Francesa.  Arte de  Thomas-Charles Naudet aka Nodet (1773 - 1810 França).  Gravador (artista responsável por preparar a gravura para que seja impressa a arte):  Pierre-Adrien Le Beau (1744/1748 - 1810/1817 (?))

Essa HQ merece um post especial.  Um número de detalhes é tão grande que a exceção se faz necessária.

Situei a obra entre 1810 e 1817 (a provável morte do gravador) imaginando a possível data mais recente da HQ, nada impede que ela tenha sido publicada postumamente (após a morte de Nodet).

Via Gallica

Seguem detalhes em zoom da HQ:

Nome do artista, lateral esquerda
Nome do gravador, lateral direita
Via Library of Congress
Outras fontes consultadas da obra:
https://www.parismuseescollections.paris.fr/fr/musee-carnavalet/oeuvres/vie-de-bonaparte-premier-consul-de-la-republique-francaise#infos-principales

https://www.amazon.com/ClassicPix-Canvas-Print-12x15-Republique/dp/B07M6RM3PV

Mais obras de Naudet/Nodet:
https://data.bnf.fr/atelier/14955744/thomas-charles_naudet/

26 maio 2020

E se a nossa Primeira HQ de 1855 for na verdade de 1856?

Mais uma vez o grande artista Sisson passa por nosso blogue.
Em 2017 postei a HQ "O Namoro, Quadros ao Vivo" (elogiada até por Carlos Drummond de Andrade, segundo Herman Lima em seu 'catatau' "A História da Caricatura no Brasil" de 1963).
A data da publicação, na capa da #8 de O Brasil Illstrado, é uma segunda-feira 15 de outubro de 1855.
À época já suspeitava do título, que a maioria concorda que seja "O Namoro, Quadros ao Vivo - Por S..... o Cio" - este 'cio' no pseudônimo seria compreensível em se tratando de um namoro, as ganas amorosa etc.  Não vou aqui me ater ao termo "quadros ao vivo" que era um termo teatral usado, pelo menos, desde 1852 para indicar alguma parte da peça (ou ela toda) onde os atores faziam, digamos assim, papel de estátua representando quadros históricos/representativos.  Nem tampouco vou me alongar debatendo se esse termo era ou não usado especificamente para nomear uma História em Quadrinhos (como a maioria sói usar hoje em dia), mesmo porque o Sisson não mais usou esse termo em seus outros trabalhos, que não foram poucos.
Bom, voltando ao 'cio', lendo o Herman vi que ele grafou (ou seria a editora?) não 'Cio' mas 'Cie.' - abreviação para 'compagnie' que é 'companhia' em francês.  É sabido que Sisson conhecia o idioma francês, portanto o pseudônimo seria "S..... e Cie." (com letra 'e' ao invés de 'o', o que não é impossível pois se você olhar bem para o 'o' de "Por..." e o suposto 'o' de "...o Ci.." verá que o primeiro tem uma base mais larga que o segundo o que leva a crer que o segundo 'o' é na verdade um 'e' com a impressão mais branda onde a reentrância não aparece por completo.  Veja na foto como Herman publicou no livro (levando em consideração que em 1963 a edição de O Brasil Illustrado estaria bem mais legível que hoje em dia):


Concluindo parcialmente, o que quero dizer é que como todo Artista modesto Sisson criou esse pseudônimo como sendo eles (ele mais um alterego, já que o forte dele eram as belas litografias exaltadas até por Machado de Assis).   Em L'Iride Italiana a assinatura é bem nítida e não há dúvida alguma que o final é "... e Cie".  Sisson & Cia., como se diria hoje.  Voltando um pouco no tempo temos Töpffer que se esquivava de publicar suas HQs pois sentia vergonha da possível má interpretação da sociedade por ele ser um professor "respeitado".  Ao fim e ao cabo os pseudônimos são para isso mesmo, para 'proteger' o artista.

Por que disse concluindo parcialmente?  Porque a data de 15 de outubro de 1855 para esta nossa primeira HQ já é pública e notória, e está escrita na capa da edição #8.  Mas...
Tudo tem um mas na vida!
O jornal "Diário do Rio de Janeiro" de 27 de fevereiro de 1856, na sua edição #58 (quarta-feira, página 3 - link no rodapé da figura) trouxe a seguinte notícia:

Via Biblioteca Nacional
Ou seja, a famosa edição #8 de 15 de outubro de 1855 só veio à lume em fevereiro de 1856!  A explicação está clara, a revista havia sido interrompida e estava retornado à praça.  Por isso nossa curiosidade em saber porque o pessoal da BN havia colocado a pasta com essa revista dentro do ano de 1856 (figura abaixo, no link você pode verificar que a edição #9 é de março de 1856, seguindo a sequência lógica):

Via Biblioteca Nacional

Concluindo, o dia exato (ao que tudo indica) em que o público conheceu a famosa HQ de Sisson foi 22 de fevereiro de 1856, uma sexta-feira, como saiu noticiado no "Correio Mercantil" edição #52 página 3 (link no rodapé):

Via Biblioteca Nacional
E como estamos aqui pra perguntar, e se a sátira ao maestro Barbieri (publicada em L'Iride Italiana em 19 de outubro de 1855 - link no primeiro parágrafo) for considerada uma HQ?

13 maio 2020

Pequena Cronologia da HQ - Parte 17

1801

Viagens de Abraão, de Ur à Canaã.  Artista anônimo.

Via Real Museu Holandês
1808

Alguns trabalhos de Hokusai são considerados HQs, segue um link com algumas obras de arte desse  do artista japonês

1812

Um passeio do doutor Sintax em busca de cenas inusitadas.  Thomas Rowlandson (1756 - 1827 - UK).

1815

Antes, durante e após a Guerra.  George Cruikshank (1792 - 1878 UK)

Via Biblioteca do Congresso Americano
1817

Efeitos impressionantes usando pontos e linhas - feito por um artista jovem.  George Cruikshank (1792 1872 UK)

Via Museu Britânico
Via Museu Britânico

04 maio 2020

Revista "Para Todos"

Uma revista de artes em geral.  Criada em 1918.
Com várias e várias contribuições de J. Carlos, tantas que seria impossível elencá-las.
Seguem duas capas (das tantas) do artista:

#550 de 1929
#553 de 1929
Seguem outros artistas com contribuições/licenciamentos na revista:

#580 de 1930 - Quem seria o autor desta propaganda em forma de HQ? Seria o Belmonte?  Seria o Seth?
A HQ "História da Música" (em várias pranchas e também puclicado no jornal "A Tribuna" como consta no livro "Estudos luso-brasileiros de iconografia musical", Pablo Sotujo Blanco (organizador)), escrita pela contralto Ernestine Schumann-Heink (1861-1936 - Áustria/USA) e desenhado, provavelmente, pelo artista William Paul Pim (1885-1950 - USA):

#608 de 1930
#609 de 1930
Algumas caricaturas, que são uma obras de arte, de Alberto André Delpino Júnior (1904(?)-1985) como esta da Miss Minas Gerais Jesuína Pimentel Marinho:

#543 de 1929
Esta HQ do Guevara:

#545 de 1929
Esta HQ de Roberto Rodrigues (1906-1929 - Pernambuco/Rio de Janeiro):

#522 de 1928
Last, but not least, a revista contava com várias desenhos/painéis de Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo (1897-1976 - Rio de Janeiro), mais conhecido como Di Cavalcanti.
Separei esta que pode ser uma das únicas HQs, senão a única, dele.  Vários personagens se desentendem em uma conversa telefônica, a confusão foi graças à telefonista que trocou os plugues do terminal telefônico:

#546 de 1929
*fontes todas linkadas acima...
**fonte principal BN e casa Rui Barbosa - sessão de Periódicos Raros